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24 de jan. de 2025

Os Fatores Limitantes - #paporeto

Você já se perguntou o que impede um determinado ecossistema de crescer indefinidamente? Por que uma população de peixes em um lago não cresce sem limites ou por que árvores gigantes não aparecem em um deserto? A resposta está no conceito de fator limitante.



Os fatores limitantes desempenham um papel crucial nos ecossistemas. Eles estabelecem os limites para o crescimento, sobrevivência e reprodução de uma população dentro de um ambiente. Mas o que exatamente isso significa? Vamos explorar.

Um fator limitante pode ser qualquer elemento do ambiente cuja ausência, redução ou excesso afete negativamente o desenvolvimento de uma população. Esses fatores podem ser classificados como:

  • Fatores abióticos: Como a luz, a temperatura, a água, os nutrientes do solo e o oxigênio.
  • Fatores bióticos: Como a competição entre espécies, a predação e a disponibilidade de alimento.

Vamos a um exemplo. Em um lago, o nível de oxigênio dissolvido na água é um fator abiótico limitante para os peixes. Se o oxigênio for reduzido, seja por poluição ou eutrofização, a população de peixes diminui, pois eles não conseguem sobreviver sem esse elemento essencial.

Outro exemplo é a disponibilidade de nutrientes no solo. Em áreas onde o solo é pobre, o crescimento das plantas é limitado, mesmo que a luz e a água estejam disponíveis em abundância.

Entre os fatores bióticos, temos a competição. Em uma floresta densa, as árvores competem por luz solar. Apenas aquelas que conseguem crescer mais rápido ou mais alto sobrevivem e se reproduzem.

Mas não é só a falta de um recurso que pode ser um fator limitante. O excesso também pode ser prejudicial. Por exemplo, o excesso de nutrientes em um corpo d'água pode levar à eutrofização, como já discutimos. Da mesma forma, uma população muito grande de herbívoros pode esgotar os recursos alimentares e levar ao declínio da própria população.

As atividades humanas frequentemente amplificam os fatores limitantes. A poluição, o desmatamento e as mudanças climáticas alteram os ecossistemas, introduzindo novos fatores limitantes ou agravando os já existentes.

Compreender os fatores limitantes é essencial para o manejo e a conservação dos ecossistemas. Ao identificar o que está restringindo o desenvolvimento de uma população, é possível agir para restaurar o equilíbrio ambiental.


E o que podemos fazer?
  • Monitorar os ecossistemas: Entender quais fatores estão limitando o desenvolvimento.
  • Adotar práticas sustentáveis: Por exemplo, na agricultura, evitar o uso excessivo de fertilizantes que possam poluir os recursos hídricos.
  • Recuperar áreas degradadas: Reflorestar e recuperar solos empobrecidos para restaurar o equilíbrio dos fatores abióticos.
  • Educar e conscientizar: Mostrar como nossas ações impactam o ambiente e como podemos mitigar esses efeitos.

Os fatores limitantes não são vilões; eles são parte do equilíbrio natural que mantém os ecossistemas funcionando. Quando compreendemos esses limites, podemos trabalhar para proteger e restaurar os ambientes que sustentam a vida no planeta.

Gostou de aprender sobre fatores limitantes? Curta, compartilhe e siga nosso canal para mais conteúdos sobre meio ambiente e sustentabilidade!

22 de jan. de 2025

Os Fatores Ecológicos - #paporeto

 O que faz um ecossistema ser único? O que determina por que um tipo de planta cresce no deserto, mas não em uma floresta tropical? A resposta está nos fatores ecológicos.


Os fatores ecológicos são elementos que determinam as condições e características de um ecossistema. Eles moldam a biodiversidade, os ciclos de vida e até as interações entre os seres vivos. Mas o que exatamente são esses fatores?


Os fatores ecológicos podem ser divididos em duas categorias:

  1. Fatores abióticos, que são os componentes não vivos do ambiente, como luz, temperatura, água, solo e composição química do ar.
  2. Fatores bióticos, que incluem os seres vivos e suas interações, como predadores, presas, plantas, fungos e microorganismos.

Vamos começar pelos fatores abióticos.

  • Luz solar: É essencial para a fotossíntese, o processo que sustenta a base da cadeia alimentar nos ecossistemas terrestres e aquáticos.
  • Temperatura: Determina quais organismos conseguem sobreviver em um ambiente. Por exemplo, os ursos polares prosperam no frio extremo, enquanto os camelos são adaptados ao calor do deserto.
  • Água: A disponibilidade de água influencia diretamente o tipo de vida em um local. Regiões áridas abrigam plantas como os cactos, enquanto florestas tropicais são ricas em biodiversidade graças à abundância de água.
  • Solo: Suas propriedades físicas e químicas afetam a vegetação que cresce nele, como as florestas densas em solos férteis ou as savanas em solos pobres.


Agora, os fatores bióticos.

Esses incluem as interações entre organismos:

  • Predação: Lobos que caçam herbívoros controlam populações e evitam a superexploração dos recursos vegetais.
  • Mutualismo: Abelhas polinizam flores enquanto coletam néctar, beneficiando-se mutuamente.
  • Decomposição: Fungos e bactérias decompõem matéria orgânica, reciclando nutrientes essenciais para as plantas.


Esses fatores variam de ecossistema para ecossistema. Compare uma floresta tropical, com luz abundante, calor e alta umidade, a um deserto, onde a água é escassa e as temperaturas são extremas. Cada ecossistema possui condições específicas que determinam quais organismos podem viver ali.


Mas há um grande desafio: os fatores ecológicos não são estáticos. Eles podem ser alterados por ações humanas e fenômenos naturais.

  • A poluição pode alterar a composição do solo e da água.
  • O desmatamento muda a disponibilidade de luz e umidade em florestas.
  • E as mudanças climáticas afetam a temperatura e os padrões de chuva, alterando ecossistemas inteiros.


Compreender os fatores ecológicos é fundamental para conservar e restaurar os ecossistemas. Pesquisadores monitoram esses elementos para prever como mudanças ambientais podem impactar a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos — como a purificação do ar, a regulação do clima e a polinização.


Mas a preservação não depende apenas da ciência. Cada um de nós tem um papel. Reduzir o consumo de recursos naturais, evitar o desperdício de água e apoiar iniciativas de conservação são ações simples que ajudam a manter os fatores ecológicos equilibrados.


Os fatores ecológicos são os alicerces dos ecossistemas. Entender sua importância é um passo essencial para proteger o equilíbrio ambiental e garantir um futuro sustentável.

Gostou deste conteúdo? Curta, compartilhe e acompanhe-nos para mais temas sobre meio ambiente e sustentabilidade!"

30 de dez. de 2024

ESG - Investimento Responsável para um Futuro Sustentável

ESG: Investimento Responsável para um Futuro Sustentável

Os investimentos ESG (Environmental, Social, and Governance) estão se tornando cada vez mais populares entre os investidores que procuram uma abordagem mais responsável e ética para suas aplicações financeiras. A sigla ESG se refere aos três principais critérios que os investidores usam para avaliar as empresas em que estão considerando investir: o impacto ambiental, o desempenho social e a governança corporativa.

O impacto ambiental se concentra na forma como a empresa afeta o meio ambiente e seus recursos naturais. Isso inclui questões como emissão de gases de efeito estufa, gestão de resíduos, uso de fontes renováveis de energia e práticas de conservação. O desempenho social se concentra nas relações da empresa com sua equipe, fornecedores e comunidade local, incluindo questões como diversidade, igualdade de gênero e condições de trabalho. Finalmente, a governança corporativa se concentra na forma como a empresa é gerida, incluindo transparência, responsabilidade e integridade.

Investir em empresas com boas pontuações ESG significa apoiar aquelas que têm uma abordagem responsável e ética para seus negócios e, ao mesmo tempo, proteger o seu patrimônio financeiro. Estudos mostraram que as empresas com boas pontuações ESG tendem a ter uma performance financeira melhor a longo prazo, pois são menos propensas a enfrentar problemas regulatórios, riscos reputacionais e problemas financeiros.

Além disso, o investimento ESG é uma forma de voto financeiro, permitindo aos investidores mostrar sua preferência por empresas com práticas responsáveis e sustentáveis. Ao investir em empresas com boas pontuações ESG, os investidores podem incentivar outras empresas a seguir seu exemplo e a implementar práticas mais responsáveis e sustentáveis.

Existem vários recursos disponíveis para ajudar os investidores a avaliar as pontuações ESG das empresas, incluindo agências de classificação de risco ESG, como MSCI ESG e Sustainalytics, e plataformas de investimento ESG, como o Robinhood e o BlackRock.

No entanto, é importante destacar que o investimento ESG ainda é uma área em evolução e que existem desafios a serem superados. Alguns críticos argumentam que as avaliações ESG são subjetivas e que não existe consenso sobre o que constitui práticas responsáveis e sustentáveis. Além disso, há preocupações com a falta de regulamentação e transparência em algumas avaliações ESG, o que pode levar a pontuações enganosas ou pouco confiáveis.

Apesar desses desafios, muitos acreditam que o investimento ESG é o futuro da gestão de ativos e que sua popularidade continuará a crescer. A geração mais jovem de investidores, em particular, está cada vez mais interessada em investimentos responsáveis e sustentáveis e está pressionando as empresas a adotar práticas mais responsáveis.

Em resumo, o investimento ESG é uma forma de equilibrar o desejo de proteger o seu patrimônio financeiro com o desejo de apoiar empresas responsáveis e sustentáveis. Ao avaliar as pontuações ESG das empresas em que estão considerando investir, os investidores podem fazer escolhas financeiras conscientes e apoiar um futuro mais sustentável.

Em conclusão, o investimento ESG é uma tendência crescente que tem sido apoiada por muitos investidores e é vista como uma forma de proteger o seu patrimônio financeiro e apoiar um futuro mais sustentável. Embora haja desafios a serem superados, muitos acreditam que o investimento ESG é o caminho a seguir para uma gestão de ativos mais responsável e ética.

Com a crescente conscientização sobre questões ambientais e sociais, muitos investidores estão procurando opções de investimento que reflitam seus valores e crenças. O investimento ESG permite aos investidores fazer escolhas financeiras conscientes, apoiando empresas que seguem práticas responsáveis e sustentáveis.

Além disso, o investimento ESG também pode ter vantagens financeiras. Empresas que seguem práticas ESG responsáveis tendem a ter melhor desempenho financeiro a longo prazo, pois são menos propensas a enfrentar problemas regulatórios ou de imagem, além de terem uma base de funcionários mais engajada e lealdade de clientes mais forte.

No entanto, é importante lembrar que o investimento ESG não é uma garantia de retornos financeiros superiores e que os investidores devem sempre fazer sua própria pesquisa antes de tomar uma decisão de investimento.

Em resumo, o investimento ESG é uma tendência crescente que permite aos investidores fazer escolhas financeiras conscientes e apoiar empresas responsáveis e sustentáveis. Embora não seja uma garantia de retornos financeiros superiores, pode ter vantagens financeiras a longo prazo. Ao considerar o investimento ESG, os investidores devem fazer sua própria pesquisa e considerar seu perfil de risco e objetivos financeiros.

Para ajudar os investidores a tomar decisões de investimento ESG informadas, existem vários índices ESG que avaliam as empresas de acordo com suas práticas ambientais, sociais e de governança. Estes índices são desenvolvidos por diferentes provedores de dados financeiros e podem diferir em suas metodologias e pesos dado a cada fator ESG.

Além dos índices ESG, também existem fundos de investimento e ETFs (Exchange-Traded Funds) que se concentram em empresas com boas pontuações ESG. Estes fundos e ETFs oferecem aos investidores uma maneira conveniente de investir em um portfólio diversificado de empresas ESG responsáveis.

No entanto, os investidores devem estar cientes de que nem todos os fundos e ETFs ESG são iguais e devem fazer sua própria pesquisa antes de investir. Alguns fundos e ETFs ESG podem ter uma abordagem mais restritiva e se concentrar apenas nas empresas com as melhores pontuações ESG, enquanto outros podem ter uma abordagem mais flexível e incluir empresas com pontuações mais baixas desde que mostrem progressos nas práticas ESG.

Em conclusão, o investimento ESG é uma tendência crescente que permite aos investidores fazer escolhas financeiras conscientes e apoiar empresas responsáveis e sustentáveis. Para ajudar os investidores a tomar decisões informadas, existem vários índices ESG e fundos de investimento ESG disponíveis. No entanto, os investidores devem fazer sua própria pesquisa e considerar seu perfil de risco e objetivos financeiros antes de investir em qualquer opção ESG.

Fonte: Felipe Garcia

28 de dez. de 2024

As Epífitas - #paporeto

 Você já reparou em plantas que parecem viver em outras plantas, sem causar danos? Essas são as epífitas, seres fascinantes que desempenham um papel crucial nos ecossistemas florestais. Vamos explorar esse tema juntos!



Epífitas são plantas que crescem sobre outras plantas, como árvores, sem retirar nutrientes delas. Elas usam seus hospedeiros apenas como suporte para alcançar luz solar, água e nutrientes presentes no ambiente ao seu redor.


Entre as epífitas mais conhecidas estão as orquídeas, bromélias, musgos e liquens. Elas se destacam por sua diversidade e por contribuírem para a beleza e riqueza dos ecossistemas.


Para sobreviver em ambientes altos e às vezes inóspitos, as epífitas desenvolveram adaptações incríveis. Muitas têm raízes aéreas que absorvem umidade e nutrientes do ar. Outras, como as bromélias, formam reservatórios de água em suas folhas, criando micro-habitats para pequenos animais.


Os liquens, por exemplo, são uma associação simbiótica entre fungos e algas, mostrando como a natureza trabalha em cooperação.


As epífitas desempenham papéis fundamentais nos ecossistemas. Elas ajudam a reter água da chuva, reduzem a erosão e criam abrigos e fontes de alimento para diversos animais, como insetos, pássaros e anfíbios.


Por exemplo, bromélias com reservatórios de água se tornam o lar ideal para pequenos anfíbios e insetos, contribuindo para a biodiversidade.


As epífitas também têm um impacto positivo na vida humana. Muitas, como as orquídeas, são cultivadas como plantas ornamentais devido à sua beleza e exotismo. Além disso, elas nos lembram da importância de preservar florestas e seus complexos sistemas naturais.


Epífitas são um exemplo de como a natureza é criativa e interdependente. Elas nos mostram que, mesmo nos lugares mais inusitados, a vida encontra um jeito de florescer.


Preservar esses organismos é preservar a riqueza e o equilíbrio dos ecossistemas. Vamos cuidar do nosso planeta e valorizar cada peça desse grande quebra-cabeça chamado natureza.

26 de dez. de 2024

O Efeito Cumulativo - #paporeto

 Você sabia que substâncias como inseticidas e compostos radioativos podem se acumular nos organismos ao longo da cadeia alimentar e, eventualmente, atingir concentrações perigosas para os seres humanos? Esse fenômeno é conhecido como efeito cumulativo.



O efeito cumulativo ocorre quando substâncias tóxicas, como pesticidas e elementos radioativos, entram na cadeia alimentar e se acumulam progressivamente em cada nível trófico. Quando esses contaminantes se depositam em seres como plantas e pequenos organismos, eles não são completamente eliminados, mas sim retidos e acumulados.


Imagine o seguinte: um inseticida aplicado em uma plantação não afeta apenas as pragas visadas. Esse inseticida é absorvido por plantas e pequenos animais, que depois servem de alimento para predadores maiores. À medida que o inseticida avança pela cadeia alimentar, sua concentração aumenta, um processo conhecido como bioacumulação. Nos organismos terminais, como mamíferos e aves de rapina, essa concentração pode atingir níveis tóxicos.


Esse efeito cumulativo é especialmente preocupante porque seres humanos também estão no topo da cadeia alimentar. Quando consumimos peixes, por exemplo, que foram expostos a compostos tóxicos nos oceanos, acabamos absorvendo parte desses contaminantes. Estudos mostram que substâncias como DDT e metais pesados podem se acumular no organismo humano, provocando problemas de saúde a longo prazo, como câncer e doenças neurológicas.


A melhor maneira de lidar com o efeito cumulativo é limitar o uso de produtos químicos tóxicos e adotar práticas mais sustentáveis. Muitos países já regulamentam o uso de pesticidas e incentivam o controle biológico de pragas, reduzindo o impacto desses compostos na natureza e na saúde humana.


O efeito cumulativo nos alerta para a interconexão entre todos os seres vivos e nos lembra que a contaminação em um ponto da cadeia alimentar pode acabar nos afetando diretamente. Ao promover uma agricultura mais sustentável e limitar o uso de substâncias tóxicas, podemos garantir um ambiente mais seguro para nós e para as futuras gerações.


Protegendo o meio ambiente, estamos protegendo a nós mesmos. Vamos valorizar o conhecimento científico e adotar práticas que preservem a saúde de todos. Juntos, podemos fazer a diferença!



18 de dez. de 2024

Desenvolvimento Sustentável - #paporeto

 Olá, pessoal! No vídeo de hoje, vamos falar sobre um conceito que tem ganhado cada vez mais importância em nossas vidas: o desenvolvimento sustentado. Esse é um modelo de desenvolvimento que busca equilibrar o progresso econômico com a preservação ambiental e o bem-estar social.


O conceito de desenvolvimento sustentado é uma tese defendida por diversos especialistas, sendo um dos principais teóricos o indiano Anil Agarwal. Ele propôs que não pode haver desenvolvimento genuíno se não houver harmonia com o meio ambiente. Ou seja, é preciso considerar não apenas o crescimento econômico, mas também os aspectos sociais e ecológicos, as disponibilidades de recursos vivos e inanimados, e os impactos de curto, médio e longo prazo.


Esse modelo de desenvolvimento visa satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras. No Brasil, o desenvolvimento sustentado é defendido como um tipo de crescimento que respeita tanto a natureza quanto as necessidades econômicas e sociais da população atual e das próximas gerações.


Para que o desenvolvimento sustentado seja alcançado, é preciso implementar ações que considerem tanto as vantagens quanto os inconvenientes de diferentes tipos de atividades econômicas. Por exemplo, a utilização de energias renováveis, como a solar e a eólica, reduz a dependência de combustíveis fósseis, que são grandes responsáveis pela poluição e pelas mudanças climáticas.


Além disso, o desenvolvimento sustentado também valoriza o bem-estar social, garantindo que as comunidades tenham acesso a recursos básicos como saúde, educação e emprego, sem esgotar os recursos naturais dos quais dependem. Isso inclui práticas como a agricultura sustentável, que protege o solo e a biodiversidade enquanto gera alimentos de maneira eficiente.


Ao pensar a longo prazo, o desenvolvimento sustentado nos incentiva a fazer escolhas conscientes, levando em conta os impactos ambientais e sociais das nossas ações. Isso significa proteger os ecossistemas, conservar a água e os solos, e buscar alternativas que minimizem os danos ao meio ambiente.


Lembrando que, cada pequena ação conta. Desde escolhas conscientes no consumo até políticas públicas e projetos empresariais que respeitem os princípios da sustentabilidade. Todos temos um papel importante na construção de um futuro que seja próspero e saudável para as próximas gerações.


O desenvolvimento sustentado é, portanto, mais do que um conceito; é uma necessidade urgente para garantirmos um planeta equilibrado e habitável para todos. Vamos juntos nessa jornada de transformação para um mundo mais sustentável!

8 de out. de 2024

Você conhece o Asfalto Sustentável Feito de Cana-de-Açúcar: Uma Revolução nas Estradas Brasileiras

Imagina uma estrada sustentável com cinzas do bagaço da cana: mais resistente, durável e econômica?

Pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) desenvolveram uma inovação promissora para a pavimentação de rodovias. Eles descobriram uma maneira de substituir o pó-de-pedra do asfalto tradicional por cinza de bagaço de cana-de-açúcar, resultando em um material mais resistente, econômico e ambientalmente sustentável.

Imagine rodar por estradas construídas com um asfalto que não apenas melhora a durabilidade, mas também contribui para a preservação do meio ambiente. Esse avanço, que parecia distante, está cada vez mais próximo de se tornar uma realidade. A pesquisa conduzida pela UEM no Paraná investigou a aplicação da cinza de bagaço de cana em misturas asfálticas, e os resultados foram bastante positivos. Continue lendo para descobrir mais sobre essa inovação.

 


Uma Alternativa Sustentável para o Asfalto

A ideia inicial foi substituir o tradicional pó-de-pedra, componente básico do asfalto, pela cinza de bagaço de cana-de-açúcar — um subproduto gerado em larga escala pela indústria canavieira. Antes considerado um resíduo sem grande utilidade, esse material agora tem o potencial de se tornar fundamental na pavimentação de estradas. 

A aplicação dessa tecnologia foi realizada em um trecho da rodovia BR-158, entre Campo Mourão e Maringá, e já está sendo utilizada pelos motoristas que trafegam na região. O uso da cinza de bagaço de cana não só melhorou o desempenho mecânico do asfalto, tornando-o mais resistente e durável, como também reduziu a dependência de agregados minerais tradicionais.

 


Asfalto de Cana-de-Açúcar: Sustentabilidade e Economia em um Só Produto

Vinícius Hipólito, engenheiro e líder do projeto, destacou a importância dessa inovação: "Vimos uma oportunidade de utilizar esse resíduo para melhorar a resistência do asfalto. Isso é fundamental para otimizar nossos investimentos em infraestrutura." Com esse novo asfalto, é possível reduzir custos e, ao mesmo tempo, aumentar a durabilidade das estradas brasileiras.

Além de proporcionar economia, o uso da cinza de bagaço de cana contribui para a diminuição de resíduos industriais, promovendo um ciclo de reaproveitamento que é benéfico para o meio ambiente. Para aqueles que buscam soluções sustentáveis e inovadoras, essa é uma excelente notícia.


Inovação Aprovação nas Rodovias Brasileiras. 

Os testes com o asfalto de cana-de-açúcar foram realizados diretamente nas rodovias, e os resultados foram bastante promissores. A resistência do material foi confirmada, e a substituição parcial do pó-de-pedra pela cinza de bagaço de cana provou ser uma solução eficaz, com custos menores e desempenho superior.

Essa tecnologia tem grande potencial para ser amplamente utilizada, especialmente em regiões onde a logística e o transporte são essenciais, como no Mato Grosso. O uso de materiais sustentáveis pode transformar a pavimentação dessas estradas, melhorando a eficiência e reduzindo o impacto ambiental.


Benefícios para o Meio Ambiente e Infraestrutura

O uso da cinza de bagaço de cana na pavimentação de estradas vai além da economia e do reaproveitamento de resíduos. Ele representa uma oportunidade de construir uma infraestrutura mais sustentável e eficiente, alinhada aos novos desafios logísticos do Brasil. Melhorar a qualidade das estradas é vital para a economia nacional e pode gerar impactos positivos em diversos setores.

A pesquisa liderada por Vinícius Hipólito, que também atua na Conasa Infraestrutura, responsável por mais de 1.500 quilômetros de rodovias, foi publicada na renomada revista Scientific Reports. Isso demonstra a relevância do estudo e destaca o Brasil na vanguarda de soluções sustentáveis para a construção civil. O asfalto feito de cana-de-açúcar é um passo significativo para uma revolução na pavimentação, com benefícios diretos para as estradas e para a preservação do meio ambiente.

 


Essa tecnologia representa um avanço significativo na construção de estradas, unindo sustentabilidade, economia e eficiência em uma solução inovadora para o futuro da infraestrutura.



 

Siga-nos em nossa rede social @EcoAmbientalEA

 

Obrigado por assistir e até a próxima!

17 de set. de 2023

B4 - A Bolsa de Ação Climática do Brasil de tokens de crédito de carbono, completa 1 mês

B4 - A Bolsa de Ação Climática do Brasil

A primeira bolsa do Brasil voltada ao mercado de créditos de carbono, a B4, plataforma de tokens atrelados em projetos ESG (sigla em inglês para práticas ambientais, sociais e de governança) começou a operar no país a 1 mês. O lançamento da B4 aconteceu no dia 16 de agosto no AYA Earth Partners (AYA Hub), em São Paulo (SP).

A plataforma baseada na tecnologia blockchain tem como foco a listagem de tokens atrelados a projetos voltados à sustentabilidade, que poderão ser adquiridos por empresas interessadas em compensar suas pegadas de CO2 na atmosfera.

Os cofundadores da B4 Odair Rodrigues e Kaue Vinícius informaram que a plataforma não representa uma alternativa à B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), a Bolsa de Valores do Brasil, já que a proposta inicial é a listagem de utility tokens, que dão acesso a serviços e benefícios.

Segundo eles, a expectativa inicial é que a B4 movimente até R$ 12 bilhões em seu primeiro ano de funcionamento, após o lançamento da plataforma, cifra que teria sido estimada a partir da demanda de empresas que teriam pedido para serem listadas e outras manifestando interesse na compra de tokens, cuja demanda, segundo eles, supera a oferta em 10 vezes.

Por outro lado, a B4, que relatou pretensões de se tornar uma “bolsa de ação climática”, deve iniciar suas operações somente com a listagem de tokens de crédito de carbono, já que a plataforma não está regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para oferta de security tokens (tokens de segurança), que são criptoativos que espelham ativos reais, embora a expectativa relatada pela B4 seja de que a plataforma consiga a chancela da autarquia federal até dezembro desse ano.

Entretanto nem tudo representa flores no caminho do avanço do mercado de tokens de crédito de carbono. No final de julho, por exemplo, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) descartou o uso de tokens de crédito de carbono em terras indígenas, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil. Em duas semanas de operação, a B4, recebeu tentativas de listagem de falsos créditos de carbono. Segundo a bolsa, dos 20 milhões de créditos de empresas que tentaram listar seus ativos desde o lançamento da plataforma, apenas 1% teria sido aprovado. 

A situação demonstra que o greenwashing (“lavagem verde”, em inglês), situação que se refere ao ato de ações falsas de sustentabilidade constantemente associado ao ESG, também estaria crescendo no mercado de carbono, sendo um ponto de atenção para a regulamentação desse mercado, em discussão no Congresso. Atualmente, não existe uma regulação desse mercado no Brasil. No dia 21 de agosto a relatora do projeto de lei de crédito de carbono, a senadora Leila Barros (PDT) apresentou um primeiro texto com as normativas que devem regular este mercado.

Dentre as empresas que vão listar ativos estão:

Projeto SOS Vida Silvestre, com cerca de mil cédulas ambientais equivalentes a US$ 5 milhões;

Waycarbon, que listará aproximadamente 1,8 milhão de toneladas de créditos de carbono, o equivalente a US$ 8 milhões;

Ecom Energia, com aproximadamente 500 mil toneladas, o equivalente a US$ 3 milhões, e a

Companhia de Desenvolvimento e Serviços Ambientais (CDSA) do Acre, que listará aproximadamente 70 milhões de toneladas de carbono equivalente.

Dentre as que compraram e já anunciaram publicamente está a empresa americana Gemsgold, que comprou cerca de 1,76 milhão de toneladas de crédito de carbono, o equivalente a US$ 11 milhões.

Mais informações podem ser obtidas diretamente no site oficial da B4.

B4 - A Bolsa de Ação Climática do Brasil


Fonte: Felipe Garcia

15 de set. de 2023

13ª Virada Sustentável reúne nomes nacionais e internacionais

Edição 2023 acontece de 16 a 22 de setembro e traz a volta presencial

Fórum presencial em dois dias e espaços; presenças confirmadas de Rajendra Singh, Martin Winiecki e Vanessa Spicker Pereira; 30 painéis de discussão sobre Amazônia, Negócios de Impacto, Água e Saneamento, Justiça Climática, Conhecimento ancestral indígena e outros temas; apresentações artísticas diversas e feira de arte indígena e quilombola; e Onu Habitat, Greenpeace, Instituto Perifa Sustentável e Ministério do Meio Ambiente como anfitriões da programação. Estes são alguns dos destaques da 13ª Virada Sustentável São Paulo.

O evento acontece entre os dias 16 e 22 de setembro, e traz mais uma vez para São Paulo uma edição do Fórum Virada Sustentável, evento que vai reunir mentes inovadoras e apaixonadas pelo tema da sustentabilidade, para discutir um futuro mais consciente e resiliente para o planeta.

A ação acontece em dois dias e espaços diferentes: a Ocupação 9 de Julho e o espaço Unibes Cultural foram os locais selecionados para acolher os 30 painéis de discussão, apresentações artísticas e performances, além de uma feira de arte indígena e quilombola.

Fórum presencial

O Fórum Virada Sustentável é conhecido por trazer para o centro do debate temas de relevância global como formas de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), e também por proporcionar um ambiente estimulador para a troca de experiências, vivências e conexões que possam fortalecer o trabalho das organizações e de pessoas engajadas com a pauta da sustentabilidade.

Para o retorno presencial do Fórum, que durante a pandemia foi transmitido virtualmente, estão confirmadas as participações de nomes reconhecidos pela produção de conhecimento e atuação em seu país e também no exterior. Entres eles estão o “homem da água da Índia”, Rajendra Singh, a engenheira industrial e diretora comercial da startup britânica Polymateria para a América Latina, Vanessa Spicker Pereira, o ativista ambiental e de solidariedade internacional, Martin Winiecki, o secretário de Mudanças Climática da cidade de São Paulo, Gilberto Natalini, o CEO e fundador da consultoria Ideia Sustentável, Ricardo Voltolini, a multiartista e comunicadora, Preta Ferreira, entre outros.

Segundo o realizador da Virada Sustentável, André Palhano, “o momento do Fórum é muito importante para nós, pois é por meio deste encontro que nos reconectamos com a essência do espírito transformador, de forma coletiva e inspiradora, encontramos novo fôlego e caminhos para pensar em um mundo mais sustentável. É a hora de repactuar nosso compromisso com o planeta e com as futuras gerações”.

Ocupação 9 de Julho

A programação do dia 16 na Ocupação 9 de Julho, local símbolo da luta pelo direito de moradia digna em São Paulo, trará as mesas de discussão: Caminhos para falar sobre narrativas pretas e periféricas nos espaços de destaque ocupados por marcas, produtos e serviços no Brasil; Juventudes dentro da crise climática; Gentrificação – Racismo Ambiental e Urbanismo social: a implantação e os impactos na cidade. Os grupos Jovens pelo Clima, Engajamundo e Clima de Mudança fazem parte desta programação.

Unibes Cultural

No espaço Unibes Cultural, na Rua Oscar Freire em São Paulo, o público poderá acompanhar no dia 22, os 26 painéis que acontecerão simultaneamente em três ambientes: teatro, auditório e lounge da Unibes Cultural.

As mesas propostas para o espaço trazem assuntos como Eco-ansiedade, em painel proposto pelo Movimento LED da Globo, Educação ambiental e educação climática, tema que será conduzido pelo Ministério do Meio Ambiente, Inclusão e acessibilidade: o que a ONU recomenda para os parques em áreas urbanas, discussão proposta e conduzida pela ONU Habitat, agência da ONU dedicada à promoção de cidades mais sociais e ambientalmente sustentáveis, entre outras.

O Fórum Virada Sustentável têm como anfitriões de algumas das mesas Sitawi e Grupo Gaia, Associação Brasileira de Embalagem (Abre), Reconectta, Vida Simples, Greenpeace, Instituto DuClima e Friday’s for future, Trama Afetiva e Fashion Revolution e Instituto Perifa Sustentável. VALGROUP, Nubank, FS, NOVELIS e Sabesp oferecem algumas das atividades.

Programação artística

No dia 22, no Unibes Cultural, o dia começa com a performance artística Ecologia de Paisagem, proposta pelo Museu Imaginário de História Natural, museu itinerante que transcria saberes e pesquisas científicas sobre os biomas brasileiros em exposições imersivas.

A plataforma Trama Afetiva também estará com uma intervenção artística no local: uma instalação para amplificar o sentido de economia regenerativa para além da ressignificação de resíduos têxteis.

O dia terá ainda a apresentação Os Escolhidos show acappella, um concerto de vozes sem uso de instrumentos musicais do grupo Os Escolhidos, composto por jovens imigrantes da República Democrática do Congo. O encerramento será com o espetáculo Ou 9 ou 80, da Clarín Cia. de Dança, uma apresentação que narra por meio do gênero funk e passinho, a história das 9 mortes de jovens periféricos na comunidade Paraisópolis em São Paulo, em 2019, e os 80 tiros no carro de uma família em Guadalupe, no Rio de Janeiro, no mesmo ano.

Virada Sustentável

A Virada Sustentável é o maior festival de sustentabilidade do Brasil. Envolve articulação e participação direta de organizações da sociedade civil, órgãos públicos, coletivos de cultura, movimentos sociais, equipamentos culturais, empresas, escolas e universidades. Tem como objetivo apresentar uma visão positiva e inspiradora sobre a sustentabilidade e seus diferentes temas para a população, gerando reflexão e discussões a fim de promover um futuro sustentável e reforçando as redes de transformação e impacto social existentes.

A Virada Sustentável São Paulo 2023 é apresentada pela Lei de Incentivo à Cultura e pela Gerdau, com realização Virada Sustentável e Ministério da Cultura – Governo Federal. Tem patrocínio de Nubank, Colgate, Liberty Seguros e Sabesp, copatrocínio de Ball e Novelis, e apoio das empresas Valgroup, Iconic e Electrolux Group. Além da realização em parceria com a Nações Unidas Brasil,  correalização com a Prefeitura de São Paulo, e demais parceiros como Senac, Sesc, Metrô, SP Regula e Goethe Institut. Promoção e Mídia, Globo, Eletromidia e JCDecaux.

Para conferir a programação completa, acesse:

    Site: www.viradasustentavel.org.br
    Instagram: @viradasustentavel
    Facebook: facebook.com/viradasustentavel
    Youtube: https://www.youtube.com/ViradaSustentavel

Fórum Virada Sustentável

Data: 16/09/2023
Horário: das 10h às 18h
Local: Ocupação 9 de Julho – R. Álvaro de Carvalho, 427 – Bela Vista

Data: 22/09/2023
Horário: das 9h às 18h
Local: Unibes Cultural – Rua Oscar Freire, 2500
Inscrições:  www.sympla.com.br/evento/forum-virada-sustentavel-2023

Fonte: Natasha Olsen / Ciclovivo

7 de jul. de 2023

Como os países em desenvolvimento podem se preparar para os desafios da mobilidade elétrica?

 


O aumento exponencial de veículos elétricos (EVs) apresenta desafios técnicos para sistemas de energia, particularmente em países em desenvolvimento.

A adoção de VEs nessas regiões pode exacerbar os problemas existentes e sobrecarregar ainda mais as redes já sobrecarregadas.

As estratégias de mitigação incluem carregamento inteligente, troca de bateria e posicionamento estratégico da infraestrutura de carregamento.

Com o transporte representando hoje mais de 20% das emissões de gases de efeito estufa, a transição para a mobilidade elétrica (E-Mobility) é promissora para a descarbonização e um futuro de transporte limpo. No entanto, o aumento exponencial de veículos elétricos (EVs), que deve chegar a 240 milhões até 2030, apresenta desafios técnicos para sistemas de energia, principalmente em países em desenvolvimento. A adoção de VEs nessas regiões pode exacerbar os problemas existentes e sobrecarregar ainda mais as redes já sobrecarregadas.

Nosso novo relatório, "Mobilidade Elétrica e Sistemas de Energia - Impactos e Estratégias de Mitigação em Países em Desenvolvimento", discute esses desafios e fornece soluções. Aqui estão alguns tópicos importantes:

Impactos técnicos da mobilidade elétrica nos sistemas de energia

Os impactos vão desde questões operacionais de curto prazo até efeitos de planejamento do sistema de energia de longo prazo, conforme destacado na tabela abaixo. Nas fases iniciais da transição para a mobilidade elétrica, os segmentos da rede de distribuição estão em maior risco. Estes são suscetíveis ao acúmulo espacial de eventos de plug-in, mesmo que os números nacionais sejam baixos, por exemplo, em estações de carregamento de táxi elétrico.

Como a resiliência da rede de distribuição é tão forte quanto seu elo mais fraco, a falha de um componente pode causar graves distorções no abastecimento da área. As redes de distribuição serão a principal fonte de potenciais reforços necessários para a implantação de EV. À medida que a E-Mobilidade se expande, os impactos do sistema de energia podem se estender além da distribuição, afetando o despacho de geração ou as linhas de transmissão. Portanto, é fundamental que os países avaliem o estado atual de seus sistemas de energia e desenvolvam planos abrangentes que considerem os aspectos técnicos da rede e dos VEs.

Soluções para mitigar impactos

Uma solução são as estratégias de carregamento inteligentes, que podem reduzir os impactos negativos enquanto usam os benefícios potenciais da integração de rede de veículos (VGI). O principal objetivo dessas estratégias é deslocar a carga para o momento ideal do ponto de vista do operador do sistema, ao mesmo tempo em que respeita as preferências do proprietário do VE e considera as restrições do sistema de energia.

Outra solução de mitigação são os sistemas de troca de bateria, que estão ganhando popularidade em mercados com uma alta porcentagem de VEs de duas e três rodas. Por exemplo, na Índia, o mercado de troca terá uma taxa de crescimento média cumulativa de 31,3% de 2020 a 2030. As estações de troca de bateria permitem a substituição rápida de baterias descarregadas por unidades totalmente carregadas, reduzindo a carga na rede elétrica durante o pico de demanda períodos e facilitando a integração das energias renováveis.

Além disso, a colocação estratégica de infraestrutura de carregamento em áreas com ampla capacidade de hospedagem de rede pode minimizar a necessidade de reforços de rede. As instalações de geração solar e armazenamento de baterias no local também podem aumentar a flexibilidade e mitigar os impactos negativos. Padrões e requisitos de interoperabilidade podem melhorar ainda mais a segurança da rede e facilitar a agregação.

Por fim, reduzir o consumo de energia de VEs, como por meio de sistemas de resfriamento mais eficientes, também pode ajudar a mitigar os impactos técnicos. Um estudo financiado pelo ESMAP no Oriente Médio e Norte da África mostrou que otimizar o resfriamento da mobilidade pode economizar entre 7% e 30% da eletricidade consumida pelos VEs na região, estendendo a autonomia e reduzindo a demanda de carregamento.

Implicações para concessionárias de energia elétrica

As concessionárias de energia elétrica são cruciais na transição para um sistema de transporte mais limpo e sustentável. Como a demanda por VEs continua a crescer, as concessionárias devem se preparar. Eles precisarão atualizar sua infraestrutura de distribuição para garantir que o sistema de energia possa atender ao aumento da demanda e usar novos recursos da rede.

No entanto, com os desafios vêm as oportunidades. As concessionárias de energia elétrica podem se beneficiar do crescimento da mobilidade elétrica explorando oportunidades no mercado de recarga de VEs e promovendo a adoção de VEs. Por exemplo, as concessionárias podem fazer parceria com os municípios para instalar estações de recarga públicas ou oferecer incentivos para a propriedade de VE. Ao fazer isso, as concessionárias podem aumentar a receita, atrair novos clientes e melhorar a satisfação do cliente. O planejamento é crítico e as concessionárias devem avaliar a maneira de menor custo para atender à demanda, mantendo a confiabilidade e a segurança. As concessionárias também podem explorar o uso de tecnologias de redes inteligentes para ajudar a gerenciar o aumento da demanda por eletricidade de VEs, melhorando a eficiência do sistema e reduzindo custos.

Planejando o futuro

O planejamento integrado de sistemas de energia e infraestrutura de carregamento é fundamental para uma integração bem-sucedida de EV. Isso é particularmente importante para os países em desenvolvimento que buscam atingir seus objetivos climáticos e de desenvolvimento, onde estruturas facilitadoras devem ser planejadas e implementadas para garantir que seus investimentos e esforços levem a uma transição sustentável para a mobilidade elétrica.

A ESMAP realizou um estudo de planejamento de longo prazo para as Maldivas, um pequeno estado insular em desenvolvimento, que mostrou que a adoção de VE resultaria em um aumento significativo na capacidade de geração e no aumento potencial das emissões do setor de energia em um sistema dominado por combustíveis fósseis. Esses estudos são críticos para entender as implicações do impacto da carga de VE nos sistemas de energia e informar um planejamento intersetorial mais amplo.

Fonte:

Traduzido para o Português pela Redação Sustentabilidades

Tarek Keskes
Henrik Rytter Jensen
Yanchao Li
Adam Suski
WEF

28 de fev. de 2023

O que é uma ecocidade ou cidade sustentável?

Cidades sustentáveis não é um conceito, mas um conjunto de ações

Cidades sustentáveis não é um conceito, mas um conjunto de ações

A ecocidade ou cidade sustentável é um conjunto urbano cujo espaço de vida em comum é dotado conscientemente de ações nas quais tudo será organizado e realizado a fim de diminuir o impacto ambiental e promover a igualdade e o bem social. É uma cidade que aborda o impacto social, ambiental e econômico por meio do planejamento urbano e da gestão da cidade. Muitas iniciativas sustentáveis são adotadas visando minimizar ou mesmo acabar com impactos socioambientais frequentemente gerados.

Ações como priorizar ciclistas e pedestres em vez de carros, ampliar os espaços públicos verdes, realizar a coleta seletiva do lixo, promover a inclusão social a todos e o acesso a moradia e ao saneamento básico de qualidade, infraestrutura planejada, promoção da cultura, lazer e esportes, são algumas das premissas rumo a sustentabilidade urbana.

As cidades podem deixar para trás a elevada pegada ecológica e dar lugar ao mundo mais sustentável. A iniciativa deve partir dos cidadãos e principalmente dos governantes através de projetos de gestão que visem a redução de custo e a eficiência na utilização de recursos.

Abordarei a seguir algumas características vitais ou primordiais que envolvem uma ecocidade ou cidade sustentável bem como algumas diretrizes para o seu desenvolvimento.

Características de uma ecocidade ou cidade sustentável

1. Transporte público

As cidades que se concentram na sustentabilidade devem abordar como política a priorização do transporte público acessível a todos, onde este reduz a quantidade de carros nas ruas e consequentemente reduz a emissão de gases poluentes gerados pelos deslocamentos.

Alguns exemplos de transporte público que as cidades sustentáveis adotaram são: trólebus elétricos, sistemas de metrô, ferrovias subterrâneas e entre outros. Outra ótima maneira de melhorar o transporte público e incentivar práticas mais ecológicas, é incentivar viagens alternativas através de faixas exclusivas para ônibus e táxis, meios de locomoção elétricos compartilhados, adoção de rodízios municipais e entre outros.

2. Bairros verdes onde se pode caminhar e andar de bicicleta

Uma das melhores maneiras de reduzir as emissões de carbono em uma comunidade é fazer com que os cidadãos abandonem completamente o trânsito. Caminhar e andar de bicicleta são ótimas alternativas para incentivar, e os líderes da cidade podem fazer isso aprovando mudanças na infraestrutura, aprovando leis para proteger os ciclistas e tomando decisões inteligentes de planejamento urbano.

Segundo Levisky (2021, p.113) nas transformações constantes do território urbano, o arquiteto urbanista tem o papel de medir as relações de vínculo entre pessoas e espaços, identificando possibilidades de tradução dessas relações por meio de projetos sustentáveis—inclusive quando são observadas as discrepâncias entre lugares formais e informais nas grandes metrópoles.

Em Copenhague capital da Dinamarca, há 5 bicicletas para cada 1carro, e 62% dos residentes vão de bicicleta para o trabalho. Essa cultura da bicicleta foi alcançada por meio da gestão da cidade onde estradas para ciclismo foram criadas em toda a cidade por uma série de caminhos e pontes projetadas especificamente para os ciclistas. As sinalizações de trânsito também foram adaptadas e readequadas de forma a incentivar as bicicletas no trânsito como meio oficial de locomoção.

Copenhagen é considerada a cidade mais bike friendly do mundo, segundo o ranking bianual da Copenhagenize Design Company. A relação leva em conta fatores como cultura da bicicleta, infraestrutura, percepção de segurança, políticas públicas e aceitação social e avalia 136 cidades com população superior a 600 mil habitantes. Impressionantes 62% da população utiliza a bicicleta para se locomover ao trabalho ou local de estudo, contra 9% que se deslocam de carro. Copenhagen é frequentemente considerada modelo de qualidade de vida e sustentabilidade por urbanistas de todo o mundo.

Os habitantes de Copenhague pedalam 1,44 milhão de quilômetros todos os dias. Mais de € 40 per capita em investimentos em infraestrutura para bicicletas. Na última década, Copenhague tem se unido continuamente, conectando a cidade com 12 novas pontes para pedestres e bicicletas. Somente desde 2017, a cidade inaugurou a Ponte Alfred Nobel, conectando o novo bairro de Sydhavn, e construiu três novas pontes importantes, como Lille Langebro e Dybbølsbro. A última delas terá ciclovias de 5,5 metros de largura em cada direção para acomodar mais de 22.000 ciclistas diariamente. E a nível regional, os investimentos de 20,6 milhões de euros permitiram a criação de oito novas rotas, num total de mais de 167 quilômetros de novas ciclovias regionais.

3. Estações de carregamento de veículos

O veículo elétrico produz zero emissões de gases em comparação com um veículo a combustão, que produz 4,6 toneladas anualmente. Para as cidades que desejam se tornar neutras em carbono, as estações de carregamento de veículos elétricos ou outras alternativas devem se tornar mais comuns e acessíveis a todos. As cidades podem incentivar a construção de estações de recarga reunindo investidores privados com o setor público.

O mercado brasileiro já conta com mais de 100 mil veículos eletrificados (híbridos e elétricos), porém o país conta somente com 1.300 pontos de recarga de carros elétricos, onde desse total, 445 estão na cidade de São Paulo. Desta forma o Brasil necessita ampliar os pontos de recarga e facilitar o acesso aos carros elétricos através de incentivos fiscais, visto que no atual momento os custos são bem mais elevados em comparação aos veículos a combustão.

Outro veículo ecológico promissor para o futuro é o movido a hidrogênio. Alimentados por hidrogênio e oxigênio, esses carros podem rodar o dobro do tempo de um veículo elétrico em média.

4. Energia solar

A mudança para energia limpa é essencial para que as cidades se tornem sustentáveis. As fazendas solares podem melhorar a qualidade do ar em uma cidade, ao mesmo tempo em que fornecem energia renovável para os cidadãos e empresas, também cria empregos bem remunerados e estimula o crescimento econômico com novas oportunidades de negócios.

A energia solar já trouxe ao Brasil mais de R$ 120,8 bilhões em investimentos, ultrapassando a eólica e se tornando a segunda maior fonte da matriz elétrica brasileira, segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Associação Brasileira de Energia Solar (ABSOLAR) . Conforme a Absolar, esse mercado já gerou ao país mais de R$ 36,6 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e produziu mais de 690 mil empregos.

O Brasil alcançou no último dia 17/02, a marca de 18 gigawatts (GW) de capacidade em geração própria de energia elétrica, também chamada de Geração Distribuída (GD). A previsão é de que até o final do ano o segmento chegue a cerca de 25 GW de capacidade.

5. Edifícios verdes

Os edifícios são responsáveis por cerca de 30% das emissões de gases que provocam o aquecimento global. A indústria do cimento responde por outros 12%. Segundo as Nações Unidas, se este setor não controlar as emissões, as metas globais de redução não serão alcançadas.

Segundo Levisky (2021, p.128) o diálogo entre o trabalho técnico e o trabalho social é fundamental sobretudo para a sustentabilidade urbana das intervenções em assentamentos precários, justamente porque é esse diálogo e esse suporte que podem garantir que os vínculos entre comunidade e espaço sejam apreendidos, norteando o processo de interação e de implementação do projeto como um todo.

Edifícios verdes reduzem as emissões de CO2 em 32% e também exigem menos manutenção e têm contas de água e luz mais baratas. As ações incluem itens como eficiência do uso da água e de energia, qualidade dos materiais utilizados na construção (como madeiras certificadas), qualidade interna do ar, conforto térmico, localização e transporte próximo, sistemas inteligentes de aquecimento e refrigeração, materiais de construção naturais, melhor ventilação e isolamento, painéis solares, telhados verdes e entre outras.

A construção dos novos edifícios verdes, ou a adequação de prédios antigos a novas práticas sustentáveis, é um dos caminhos para a criação de cidades que ofereçam mais bem-estar. Autossuficiente, um edifício verde pode significar impacto ambiental reduzido, ou até próximo de zero. Uma construção verde pode ter ou não uma certificação. O processo é voluntário, isto é, o responsável pelo prédio deve solicitar o selo ou certificação, e se adequar às diretrizes que ele estabelece. Uma das principais certificações para prédios verdes é a LEED – Leadership in Energy and Environmental Design. Em português, “Liderança em Energia e Design Ambiental”. O selo é conferido pela organização norte-americana Green Building Council (GBC), que tem representante aqui no país, a GBC Brasil.

6. Produção de alimentos

O World Research Institute estima que o mundo precisará produzir 50% a mais de alimentos até 2050, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa em dois terços. Esse desafio único exige que as cidades alimentem mais pessoas por meios mais ecológicos.

A agricultura urbana é uma das maneiras pelas quais as cidades podem reduzir as emissões de carbono ligadas à produção de alimentos. A parceria com organizações afins pode ajudar a educar os residentes sobre nutrição e incentivá-los a fazer escolhas mais saudáveis e sustentáveis. A conservação é outra área na qual os governos devem investir e incentivar através de subsídios e programas voltados ao campo.

7. Recursos públicos acessíveis

As cidades sustentáveis também ajudam os residentes a alcançar a sustentabilidade em suas próprias vidas, oferecendo oportunidades e acesso a recursos. Prédios de saúde pública, centros de desenvolvimento econômico, centros de tecnologia e muito mais são exemplos de centros de recursos que podem estimular a saúde pública e a economia.

Esses recursos também incluem instalações recreativas e programas nos quais os membros da comunidade podem participar. Alguns desses equipamentos, como museus e centros culturais, podem humanizar centros urbanos e ajudar uma cidade a definir sua identidade. Alocar fundos públicos para equipamentos e eventos culturais é uma ótima maneira de promover a diversidade e a inclusão no nível da cidade e ajudar a construir laços dentro de uma comunidade.

Conforme bem observado por Levisky (2021, p.185) sociedades bem estruturadas e maduras do ponto de vista da interlocução entre poder público e população, e da negociação das demandas urbanísticas não precisam de uma legislação complexa, extensa e repleta de variáveis. São sociedades com menos desigualdades sociais, que reconhecem o valor da cidadania, do exercício do debate e da negociação legítima, o limite da liberdade individual em prol do coletivo.

É necessário principalmente investimento em educação e conscientização a respeito da sustentabilidade e de sua importância, de modo que os habitantes se tornem defensores e preconizadores de cidades sustentáveis.

8. Conservação de água

A gestão eficiente da água urbana também é uma característica das cidades sustentáveis. A limitação de reservas de água doce no planeta, o aumento da demanda de água para atender, principalmente, o consumo humano, agrícola e industrial, a prioridade de utilização dos recursos hídricos disponíveis para abastecimento público e as restrições que vêm sendo impostas em relação ao lançamento de efluentes no meio ambiente, torna necessária a adoção de estratégias que visem racionalizar a utilização dos recursos hídricos e reduzir os impactos negativos relativos à geração de efluentes pelas indústrias.

Um Programa de Conservação e Reúso de Água – PCRA é composto por um conjunto de ações específicas de racionalização do uso da água na unidade industrial, que devem ser detalhadas a partir da realização de uma análise de demanda e oferta de água, em função dos usuários e atividades consumidoras, com base na viabilidade técnica e econômica de implantação das mesmas.

A implantação de Programas de Conservação e Reúso de Água pelo setor industrial, reverte-se em benefícios econômicos que permitem aumentar a eficiência produtiva, tendo como consequência direta a redução do consumo de água, a redução do volume de efluentes gerados e, como consequências indiretas, a redução do consumo de energia, de produtos químicos, a otimização de processos e a redução de despesas com manutenção.

Quanto às ações de conservação da água nos sistemas prediais, referem-se às práticas de gerenciamento do uso da água nas edificações. Tais práticas incluem o uso racional através de: aparelhos economizadores de água, das práticas de manutenção predial e da adoção de sistemas de medição setorizada para habitação coletiva. Ainda contempla o uso de fontes alternativas de abastecimento de água para fins não potáveis como: a água cinza e a água de chuva.

Segundo o estudo "Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento no Brasil", a parcela da população brasileira com acesso aos serviços de distribuição de água tratada passou de 81,7% em 2004 para 84,1% em 2020. Ou seja, nesses doze anos, 37 milhões de brasileiros conquistaram o acesso a esse serviço fundamental e humanitário. Já a parcela da população brasileira com acesso aos serviços de coleta de esgoto passou de 39,5% para 55% entre 2005 e 2020. Foram 47,7 milhões de pessoas incorporadas ao sistema de coleta, um aumento de 71,3% no número de brasileiros atendidos. 

A despeito dos inegáveis avanços, ainda há um número significativo de brasileiros sem acesso a esse direito básico. Para se ter uma ideia, hoje, cerca de 35 milhões de pessoas não possuem acesso a água tratada e outras 100 milhões de pessoas vivem sem coleta de esgoto, segundo a Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon).

As desigualdades são latentes, principalmente quando avaliadas a partir de uma perspectiva regional. Segundo o Instituto Trata Brasil: No Norte, apenas 13,1% da população tem acesso à rede de coleta de esgoto; No Nordeste, o acesso à rede de coleta de esgoto está disponível para apenas 30,3%; A situação era comparativamente melhor na região Sudeste, no entanto, 19,5% da população não possuía coleta de esgoto;No Sul, somente 47,4% da população tinha acesso à coleta dos esgotos, índice considerado baixo para a renda média da região; Por fim, no Centro-Oeste, 59,5% da população tem rede de coleta dos esgotos.

Nos últimos anos, importantes medidas foram tomadas para ampliar as políticas de saneamento básico, como é o caso da Lei Federal nº 14.026, conhecida como o novo Marco Legal do Saneamento. Sancionada em julho de 2020, o novo marco trouxe avanços significativos, com metas de universalização no texto da lei e um forte incentivo à regionalização da gestão da oferta do serviço. Cumprir com as metas de universalização do saneamento básico no país irá trazer retornos líquidos na ordem de R$ 815,7 bilhões em 19 anos (2021-2040), já com os custos descontados. O setor com o maior ganho é a produtividade do trabalho, em que os benefícios irão ultrapassar R$ 437 bilhões nesse período. Ou seja, levar o acesso à água potável e coleta e tratamento de esgoto para toda população brasileira, além de garantir qualidade de vida e a preservação do meio ambiente, também contribui diretamente para um real ganho em termos econômicos.

9. Espaços verdes públicos

Os espaços verdes urbanos devem ser uma alta prioridade para cidades sustentáveis, pois essas áreas resolvem uma série de desafios. As cidades podem alcançar o controle da poluição, a saúde pública e a prosperidade da biodiversidade adotando infraestrutura verde, ao mesmo tempo em que aumentam o valor da propriedade na área. Parques, vias verdes e trilhas, árvores de rua e áreas de conservação protegidas são exemplos de espaços verdes públicos.

Construir hortas comunitárias e fazendas urbanas também pode resolver os desafios alimentares. Além de espaços de jardinagem gratuitos ou acessíveis para os residentes, o paisagismo comestível pode ser incorporado para garantir que as plantas urbanas sirvam a dois propósitos: ornamentais e funcionais.

10. Gestão de resíduos

A Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é um conjunto de metodologias com vista à redução não só da geração e eliminação de resíduos, como do melhor acompanhamento durante todo o seu ciclo produtivo onde os processos de descarte devem ser circulares.

Infelizmente somente 4% dos materiais recicláveis são processados no Brasil, segundo dados da International Solid Waste Association (ISWA). O índice está bem abaixo de países de renda e grau de desenvolvimento econômico semelhantes, como Chile, Argentina, África do Sul e Turquia, onde a média é de 16% de reciclagem. Em relação aos países desenvolvidos, a diferença é ainda maior, na Alemanha, por exemplo, o índice de reciclagem é de 67%.

A falta de reciclagem adequada do lixo tem gerado uma perda econômica significativa para o país. Levantamento feito pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelp), em 2019, mostrou que somente os recicláveis que vão para lixões levam a uma perda de R$ 14 bilhões anualmente, que poderiam gerar receita e renda para uma camada de população que trabalha com essa atividade, sem contar os prejuízos decorrentes da falta de preservação do meio ambiente com o descarte e destinação incorretos.

11. A diversidade nas cidades

O investimento em diversidade também é papel das cidades sustentáveis. Locais onde há equilíbrio entre residências, locais de trabalho, comércio e serviços, faz com que parte significativa das viagens cotidianas de seus moradores possam ser curtas e caminháveis. Desta forma há horários de pico diferentes ao longo do dia, contribuindo para a manutenção de fluxos nas ruas, estimulando a atividade de pedestres e ciclistas. Isto também contribui para o equilíbrio da demanda do transporte coletivo, resultando em uma operação de mais qualidade, eficiente e sustentável por períodos mais longos do dia. Consequentemente há redução no uso de veículos visto a qualidade maior no transporte público e assim redução na emissão de gases poluentes.

Cidades sustentáveis uma necessidade diária

Frente aos desafios mundiais observados como a mudança climática, as poluições, doenças, ondas de calor, inundações ou elevação de temperatura e entre outros, fazem da criação de cidades sustentáveis uma iniciativa urgente em nosso planeta. Todos nós geramos uma pegada ecológica diariamente e desta mesma forma somos capazes de diariamente pensar e repensar ações capazes de melhorar e minimizar os efeitos nocivos que causamos ao meio ambiente. A qualidade de nossas vidas estará diretamente ligada as nossas ações. Governantes e suas sociedades devem adotar e executar planos de ações urgentes, frente aos danosos resultados observados pela degradação de nosso planeta. Se cada um fizer a sua parte, conseguiremos ter mais qualidade de vida e garantir a sobrevivência de nossa espécie.

Conforme Levisky (2021, p.151) a cultura aqui também é um elemento estratégico, poderoso, para trazer conhecimento e discussão sobre responsabilidade ambiental, social e cidadã para a população, com a oferta de novas experiências advindas da requalificação do sistema viário, dos meios de mobilidade carroçável, cicloviário e peatonal, e ainda do resgate do uso das áreas públicas com ênfase no lazer, no esporte e na cultura.

Cidades sustentáveis não é apenas um conceito, mas um conjunto de ações necessárias que mundialmente já deveriam ser amplamente implantadas a muito tempo. É preciso agir o quanto antes começando com a mudança de nossos hábitos e fiscalizando nossos líderes na adoção de estratégias dentro da sustentabilidade.

Autor: Felipe Garcia
Especialista idealizador e criador do site sustentabilidades.com.br

LEVISKY, Adriana. Polifonia Urbana: arquiteturas, urbanismos e mediações. São Paulo: Editora Senac São Paulo; KPMO Cultura e Arte, 2021.
Copenhagenize Design Company - https://copenhagenize.eu/
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) - https://www.gov.br/aneel/pt-br
Associação Brasileira de Energia Solar (ABSOLAR) - https://www.absolar.org.br/
Leadership in Energy and Environmental Design - https://www.usgbc.org/leed
Green Building Council (GBC) - https://www.gbcbrasil.org.br/certificacao/certificacao-leed/
World Research Institute - https://www.wri.org/
Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento no Brasil - https://tratabrasil.org.br/wp-content/uploads/2022/11/Beneficios-economicos-do-saneamento-no-Brasil.pdf
Instituto Trata Brasil - https://tratabrasil.org.br/beneficios-economicos-e-sociais-da-expansao-do-saneamento-no-brasil
Lei Federal nº 14.026 - https://www.in.gov.br/web/dou/-/lei-n-14.026-de-15-de-julho-de-2020-267035421
International Solid Waste Association (ISWA) - https://www.iswa.org/


O Impacto Ambiental - #paporeto

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